O velejador brasileiro Miguel Morela, aluno do Projeto Grael, ficou em segundo lugar na classificação geral do Campeonato Continental da Classe Optimist. O campeonato Africano aconteceu no início de agosto em Dar es Salaam, Tanzânia, e teve a participação de 70 velejadores de 15 países: Brasil, Argentina, África do Sul, Angola, Tunísia, Marrocos, Tanzânia, Moçambique, Omã, Catar, Egito, Arábia Saudita, Seicheles, Libéria, Cazaquistão.
Um velejador da classe Optimist treina e compete em campeonatos nacionais e internacionais dos 11 aos 15 anos. Dada a competitividade dessa classe, esse período pode ser considerado como 1º ciclo olímpico de treinamento de um “atleta”. Por já ter feito um ciclo olímpico tão jovem, esse atleta precisará decidir se vai treinar por mais dois ciclos, ou seja, por mais 8 anos, para tentar representar o seu país em jogos pan-americanos ou olímpicos.
Durante esses anos de “pré-olímpico”, o velejador desenvolve e aprimora suas habilidades. No entanto, futuros atletas olímpicos podem desistir ou abandonar o esporte de alto rendimento pela:
- desmotivação,
- falta de incentivo,
- mudança de escola,
- entrada na Universidade,
- cobrança externa por resultados imediatos,
- por já ter vivenciado competições “precoces” em alto nível,
- falta de apoio social dos pais,
- falta de recurso financeiro.

Durante cada ano de um ciclo olímpico, toda a equipe técnica que acompanha o atleta pode criar objetivos de empenho e desempenho junto com os velejadores para que a permanência na vela possa ser de vários ciclos e não apenas na classe Optimist.
Nesse contexto, empenho é quando o atleta emprega diligentemente conhecimento e esforço para determinado fim. Durante um treino de vela, existem tarefas propostas que exigem empenho para conseguir ter êxito, caso contrário, o barco pode virar, por exemplo.
O EMPENHO do velejador pode ser analisado pela assiduidade, pontualidade, esforço, dedicação durante os treinos e competições.
Já o DESEMPENHO ou performance é um conjunto de características ou capacidades de comportamento e rendimento do velejador, em especial quando comparados com metas, requisitos ou expectativas previamente definidas. O esporte náutico é uma ferramenta educativa para crianças e adolescentes. Nesse sentido, cabe ao técnico e professor de Educação Física traçar metas para acompanhar o desempenho do velejador a curto e longo prazo para que ele se mantenha motivado a treinar e continuar até atingir o objetivo que foi traçado em conjunto com sua equipe.
Referência
Vasconcellos, MB. Edra, FPM. (Non)performance of sailor in the olympic cycle. Revista aracê, São José dos Pinhais, v.7, n.6, p. 31985-32010, 2025