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Um programa de treinamento para letramento corporal de adultos idosos

Colunista: Mauro Guiselini

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No artigo anterior, abordamos o tema Letramento Corporal; recomendamos que, caso não tenha lido, o faça clicando aqui, pois será de grande ajuda para compreender o que vamos abordar no presente. No entanto, vamos rever somente o conceito, pois é partir dele que vamos sugerir a construção de um Programa de Treinamento para a sua melhoria.

O que é Letramento Corporal

É a capacidade pessoal de compreender, interpretar e se expressar por meio do corpo, em diferentes contextos sociais, culturais, educacionais e motores. Assim como o letramento verbal envolve ler e escrever, o letramento corporal envolve movimentar-se com consciência, comunicar-se com gestos, interpretar sinais corporais e usar o corpo como ferramenta de aprendizagem, com capacidade funcional para atender as demandas impostas pelo ambiente onde estão inseridos.

O que é Capacidade Funcional

É a capacidade pessoal de compreender, interpretar e se expressar por meio do corpo, em diferentes contextos sociais, culturais, educacionais e motores. Assim como o letramento verbal envolve ler e escrever, o letramento corporal envolve movimentar-se com consciência, comunicar-se com gestos, interpretar sinais corporais e usar o corpo como ferramenta de aprendizagem, com capacidade funcional para atender as demandas impostas pelo ambiente onde estão inseridos.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (WHO, 1978), aptidão física deve ser entendida como a “capacidade de realizar trabalho muscular de maneira satisfatória”. Dentro dessa concepção, estar apto fisicamente significa apresentar condições que permitam um bom desempenho motor quando submetido a situações que envolvam esforços físicos. 

Fitness, citado por Guiselini (2004) é um termo que tem significado pessoal pois reflete a capacidade de trabalhar com vigor e prazer, sem fadiga, com energia suficiente para as atividades recreativas; ser saudável, resistente às doenças hipocinéticas e emergências são também condições para ser “fit”.

Construindo um Programa de Treinamento

A construção de um Programa de Treinamento, independentemente da sua meta/objetivo, deve seguir um processo lógico (figura 1). Cada uma das etapas deve ser seguida sendo, portanto, adequado quando temos como principal Meta/Objetivo o Letramento Corporal do Idosos.

Figura 1. Os Componentes do Programa de Treinamento

A importância do diagnóstico

Diagnóstico é um substantivo masculino. Sua origem vem dos termos gregos –dia, que quer dizer “através” e gignósko, que significa “conhecer, saber”.  A sua utilização é uma prática comum entre os profissionais da área da Saúde – médicos, psicólogos, fisioterapeutas, nutricionistas, que para a prescrição de tratamentos, medicamentos, procedimentos terapêuticos e dietas, utilizam as informações obtidas durante a sua aplicação. Os profissionais de Educação Física utilizam o diagnóstico para a prescrição de treinamento e, para tal finalidade, utilizam as informações obtidas na sua aplicação para a escolha dos meios e métodos de treinamento. Na figura 1 estão identificados os seus componentes.

A prescrição de treinamento com foco na capacidade funcional

Foco principal do Programa de Treinamento para idoso é o desenvolvimento da capacidade funcional (vide conceito acima), relacionada à promoção da saúde e bem-estar, integração socioafetiva, contribuição para prevenção e tratamento das doenças crônico/degenerativas recuperação/manutenção da autonomia e independência.   Funcionalidade é um conceito que se refere à capacidade de algo cumprir sua função ou propósito de forma eficaz. Em outras palavras, é a qualidade de ser funcional, ou seja, de operar corretamente e atender às necessidades para as quais foi criado. Na saúde e neuropsicologia, refere-se à capacidade funcional de uma pessoa, de como realizar atividades diárias, independente de limitações físicas ou cognitivas. A capacidade funcional é um conceito usado principalmente na área da saúde para descrever a habilidade de uma pessoa realizar atividades básicas do dia a dia de forma independente, segura e eficaz. Isso inclui tarefas básicas como: caminhar, subir escadas, vestir-se, tomar banho, preparar refeições, cuidar da casa.

Ela é um indicador essencial da qualidade de vida, especialmente em idosos ou pessoas com doenças crônicas. A independência funcional é, sem dúvida, um aspecto fundamental a ser considerado na elaboração do Programa de Treinamento, por estar relacionada com a capacidade de realizar atividades motoras e cognitivas sem ajuda de terceiros.

Os componentes da capacidade funcional e a relação com o letramento corporal

A capacidade funcional envolve o desenvolvimento adequado de múltiplos aspectos:

  • Físico (Capacidades Biomotoras): Potência e Força Muscular, Estabilidade/Equilíbrio, Endurance Aeróbia e Anaeróbia, Mobilidade/Flexibilidade, Coordenação Motora, Consciência Corporal.
  • Cognitivos: memória, atenção, raciocínio.
  • Emocionais e sociais: motivação, suporte familiar, interação com o ambiente.
  • Hábitos saudáveis: sono de qualidade, alimentação equilibrada e hidratação adequada, evitar sedentarismo e manter uma rotina ativa são fundamentais.

É importante salientar que um Programa de Treinamento com foco no Letramento Corporal deve ser elaborado considerando os resultados obtidos na Avaliação Multifuncional e, partir deles, estruturar a seleção de exercícios e métodos de treinamento para alcançar os objetivos propostos.

É prioritário que o Profissional de Educação Física, ao elaborar a prescrição de exercícios e respectivas sessões de treino (aula), entenda a relação entre as capacidades biomotoras, que não estão no nível considerado satisfatório, de acordo com os resultados da avaliação, com a escolha das habilidades motoras, para assim, conseguir concretizar o nível de desenvolvimento da capacidade funcional desejada e, por consequência, o letramento corporal – a alfabetização corporal funcional.

Figura 2. Os componentes do Programa de Treinamento com Foco no Letramento Corporal

Observação importante!

É necessário salientar que os aspectos morfológicos – composição corporal (% de gordura e %músculos) – colocados em muitos programas de Fitness, relacionados a estética corporal, emagrecimento ou aumento da massa muscular (hipertrofia), não são prioritários nesta abordagem, muito embora as evidências mostrem que é muito grande a incidência do sobrepeso e obesidade entre as pessoas consideradas “analfabetas corporais funcionais”. Isto significa que o programa deve ser estruturado de acordo com as prioridades o que, por sua vez, não impede que sejam incluídas, também, estratégias para tal finalidade.

As capacidades biomotoras estabilidade/equilíbrio, coordenação motora global, consciência corporal e potência são as prioritárias. As habilidades motoras globais levantar-se e sentar, estabilidade sobre um dos pés, subir e descer (step, degrau), puxar com estabilidade do core, balanceado combinando braços, tronco e pernas, levantar e transportar, arremessar, com acessórios (step, banda elástica, bastão halteres, medicinebol), levantamento terra, Stiff adaptado, afundo com auxilio, são excelentes alternativas.

            Os exercícios globais de locomoção (caminhar, passo une, passo cruzado combinado com movimentos de braços), simples e combinados, realizados em várias direções (para frente, para trás, nas diagonais), diferentes níveis (alto, médio e baixo) e planos (sagital, frontal, transverso),  com auxílio de músicas (de acordo com a preferência dos alunos/clientes) são excelentes alternativas pois combinam múltiplas informações sensoriais: o pulso da música, as habilidades, as variações de direções, níveis  e planos são consideradas “múltiplas tarefas”, pois combinam, ao mesmo tempo, a coordenação motora global, a percepção do corpo, espaço, tempo incluindo o aspecto expressivo propiciado pela música.

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