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O dilema do atendimento

Colunista: Mauro Guiselini

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O sucesso de uma academia de ginástica, nome ainda utilizado para locais onde se pratica diferentes modalidades de exercícios, individuais e em grupos, com a orientação de profissionais especializados, é o resultado da integração de vários componentes ou aspectos, motivo de inúmeros estudos e pesquisas por parte dos especialistas.

Os profissionais de Educação Física que atuam como personal trainers, professores de aulas coletivas ou nas salas de musculação, de certa forma seguem as diretrizes, as orientações dos coordenadores e diretores técnicos, conforme as tendências do mercado e, não raro, os estudos e pesquisas.

Os responsáveis pela área técnica também estão atentos às novas modalidades de exercícios, equipamentos, acessórios, designers das salas de treinamento, enfim, o que existe de novo… a necessidade de fazer o diferente é uma busca constante, não ficar “fora da moda”, custe o que custar!

Os profissionais de marketing, consultores e gestores estão constantemente buscando novos caminhos, principalmente para trazer novos clientes: qual o marketing mais recomendado para a minha empresa é o grande desafio.

A figura abaixo ilustra muito bem a minha visão sobre a academia de ginástica que, para funcionar de forma harmoniosa e ter sucesso, deve haver uma integração dos 3 pilares: equipamentos e instalações, programas e pessoas.

Figura 1. Três pilares que sustentam um academia de ginástica

As instalações – o hardware devem estar de acordo com os modelos atuais, uma combinação de máquinas e aparelhos, tradicionais, eletrônicos e funcionais, esteiras e bicicletas com tela de plasma, acesso à internet; no mesmo ambiente, gaiolas, caixas de madeira e pneus, acessórios rústicos que propiciam uma grande variedade de exercícios – o futuro e o passado convivem harmoniosamente. Uma grande preocupação com a Arquitetura, que deve estar de acordo com as novas tendências que combinam ambientes, iluminação, espaços que propiciam experiências diferentes para os alunos/clientes.

Os programas – software antigamente conhecidos como ginástica e musculação e agora como modalidades de exercícios individuais e coletivos com nomes próprios: ZUMBA, STEP, JUMP, KANGOO JUMP, RITMOS, BODY PUMP, HIDROGINÁSTICA, YOGA, PILATES, TREINAMENTO FUNCIONA, CORE, BIKE CLASS, entre outras, fazem parte dos horários oferecidos pelas academias.

Mais recentemente, as modalidades de exercícios de alta intensidade, que propiciam o desenvolvimento rápido do condicionamento físico, da diminuição da gordura corporal, aparecem como as mais novas possibilidades de treinamento, entre elas o CROSS FIT, TABATA, BODY WORK, INSANITY TRAINING, HIIT – High Intensity Interval Training, CIRCUIT TRAINING FUNCTIONAL. Os aplicativos evoluíram, podem ser acessados pelo celular ou outros dispositivos, aulas on-line, que podem dar orientações para a utilização das máquinas de musculação, orientação nutricional, são alguns exemplos de programas oferecidos pelas academias. Aulas “ao vivo” são transmitidas de Studios ou de salas especialmente desenvolvidas para tal finalidade e possibilitam ao aluno da academia treinarem nas suas casas. Os programas presenciais off line – as aulas presenciais – agora têm como parceiros os programas on-line, um modelo híbrido de atendimento ao aluno.

As pessoas – peopleware são aquelas que fazem acontecer, sem elas o hardware e o software não funcionam, no entanto, na maioria das vezes, não têm a atenção devida. Da mesma forma que os demais pilares da academia precisam de constante atualização – manutenção das máquinas e instalações, atualização dos programas de treinamento – as pessoas também precisam de “manutenção e atualização” – um programa de educação continuada para desenvolver as competências necessárias para desempenharem bem suas funções.

Uma boa gestão deve estar atenta para que os 3 pilares funcionem de forma integrada; na percepção dos alunos, a academia tem que oferecer instalações adequadas, equipamentos atualizados, aulas de acordo com as novas tendências – o que “está na moda” – porém fica uma pergunta:  o que esperam do peopleware?

O bom atendimento faz a diferença

Um bom atendimento parece fazer a diferença quando tudo fica igual, o cliente espera que as pessoas que o atendem sejam boas para atender – redundante, não? Parece óbvio, mas não é bem assim: uma das principais reclamações está relacionada com a incapacidade de as pessoas não darem o atendimento, atenção, acolhimento, palavras mágicas que deveriam fazer parte das pessoas que se relacionam diretamente com outras pessoas.

A ciência mostra, de forma clara e objetiva, a eficácia da prática do exercício físico para a promoção da Saúde & Bem-Estar, Estética, Performance, prevenção e recuperação de doenças – não é preciso mais aclamar aos quatro cantos do mundo o quanto o exercício é eficaz – ele realmente é de eficácia comprovada!

Nas academias, quem está na recepção, vendas, sala de musculação, aulas de ginástica, lanchonete, estacionamento, vestiário, enfim, em qualquer lugar, tem que estar preparado para dar um excelente atendimento, surpreender, ir além do convencional.

Como temos muitas mudanças, uma reinvenção nas modalidades de exercícios – vejam o fenômeno do treinamento multifuncional, CORE, Cross Fit, modalidades que propiciam treinamento intensos, acessórios, equipamentos e máquinas funcionais – deve ocorrer também o atendimento na sala de musculação.

O que se espera do atendimento individualizado

Não adianta só mudar o conceito da sala de musculação – incluir equipamentos funcionais, gaiolas, pneus de trator, marretas, cordas de navio, esteiras, bicicletas, elípticos com telas de plasma e acesso à internet – é preciso mudar a conduta pedagógica e de atendimento do professor da sala.

Em muitas academias, cerca de 70% dos ingressantes, às vezes até mais, iniciam o seu programa de treinamento pela sala de musculação, antes mesmo de frequentar uma aula coletiva. Têm o primeiro contato com o professor de musculação que, a partir de alguns dados fornecidos pela avaliação física tradicional, quando existe na academia, elabora um programa de treinamento.

Na prática, a prescrição de treinamento considera os objetivos dos alunos e alguns indicadores quando fornecidos pelo departamento de avaliação física, no entanto, o que temos visto é uma prescrição de exercícios sem considerar as reais necessidades, sob o ponto de vista neuromuscular e até mesmo metabólico.

Entendemos que um modelo de programa de treinamento deve ser composto das seguintes fases: anamnese, antropometria, testes multifuncionais, prescrição de treinamento e aplicação prática.

O modelo de atendimento atual tem se mostrado ineficaz pois, como mostram as pesquisas, ainda existe uma enorme rotatividade – a tão desejada aderência não tem acontecido muito embora as mudanças, na arquitetura, nos programas de treinamento, nas estratégias de marketing são fantásticas – ocorre a adesão, porém a evasão é muito grande.

Diante de tal quadro, os gestores e consultores estão diante de um grande desafio: que o aluno/cliente vem… ele vem… mas que vai embora… vai!

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