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Não é só técnica

Colunista: Angelo Dias

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Fui convidado pelo Prof. Alan Bastos a participar do seu Podcast “Sociedade Metamorfoses” no canal Moveman Training do Youtube, para contar um pouco da minha jornada profissional, assim como dar um spoiler sobre o nosso livro “Mercado do bem-estar: acolher orientar e acompanhar”.

Durante a conversa, da qual participaram também os professores Carlos Barreto e Carlos Amoroso, surgiu a expressão “não é só técnica”.

Alan fez questão de destacar essa frase como uma orientação muito importante para os colegas de profissão que ainda supervalorizam a modalidade ou o método em detrimento das pessoas, entendendo que, segundo a teoria da Autodeterminação (TDA), as pessoas, além de serem guiadas por suas necessidades de autonomia (determinar seu próprio comportamento), também buscam formas de adquirir competências e relacionamentos positivos nas relações pessoais.

Vínculo, autonomia e competência são as necessidades humanas básicas que irão facilitar o processo de aderência à prática regular da atividade física, quando estimuladas pelos profissionais de Educação Física.

O problema é que “a Era do Fitness tem sido limitada a não ser empática e inclusiva, sendo baseada em metas de desempenho individuais, inspiradas no esporte de alto rendimento”, afirma Fábio Dominski, professor universitário, Ph.D em Educação Física e autor do livro “Exercício físico e ciência: fatos e mitos”.

O Mestre Mauro Guiselini corrobora essa afirmação de Dominiski quando afirma, desde 2011, que o Marketing traz clientes para as academias e a Educação Física os espanta.

Necessidades psicológicas básicas

Acolher, orientar e acompanhar” atua nas três necessidades psicológicas básicas:

O processo de ACOLHIMENTO com respeito e escuta ativa irá contribuir com a ambientação da pessoa nesse novo lugar chamado academia. No livro Mercado do Bem-estar, sabendo que a jornada do cliente do bem-estar começa no digital, bem antes da visita presencial ao seu negócio fitness, sugiro que a comunicação via Instagram já deve deixar claro para as pessoas que a sua empresa possui a cultura do cuidar. Relatos de clientes satisfeitos com o relacionamento e histórias exitosas de mudança de qualidade de vida são fortes provas sociais que inspiram pessoas que ainda não experimentaram os benefícios da prática regular e orientada de exercícios físicos. Durante esse processo, é fundamental gerar situações que proporcionem a oportunidade de interação com todo o time da academia, assim como com os demais alunos. Estimular o senso de pertencimento e a percepção de “estar bem” nesse novo ambiente irão favorecer o vínculo e a constância nos treinos.

Cuidar da experiência do cliente com uma ORIENTAÇÃO segura para que ele não se machuque, eficiente para alcançar os benefícios desejados e motivante para que ele queira voltar, além fortalecer o acolhimento, irá ampliar a competência do cliente sobre a prática da atividade física. O grifo na palavra benefícios foi proposital para lembrar um ensinamento do Mestre Alan Bastos, durante o nosso episódio do podcast: “não trabalhamos com resultado, trabalhamos com benefícios”. Os resultados de redução do percentual de gordura e hipertrofia muscular geram benefícios como poder segurar o neto no colo sem sentir dor na lombar, a possibilidade de jogar bola com os filhos no final de semana ou ainda sair para dançar com o cônjuge na sexta e sábado, acordando na segunda cheio de disposição para trabalhar, sem ter que usar o Dorflex. Como diz o Professor Cleverson Costa, “o foco não é mais o Projeto Verão e sim o Projeto Vidão”, o que confirma a proposta do Professor Edvaldo de Farias “as pessoas não querem apenas mudar corpos, elas buscam mudar suas vidas”. Não por acaso, dados da Mckinsey & Company relatam que, pós-pandemia, 75% das pessoas que buscam as academias desejam longevidade saudável, querem viver mais e melhor.

Como gerar tais benefícios? Entendendo que o nosso trabalho não é uma corrida de 100 metros (entregar um corpo instagramável para o verão), precisamos pensar e atuar em longo prazo. É preciso pensar a jornada de vida como uma maratona. Cada treino representa mais um passo rumo à longevidade saudável. Sem pressa, aproveitando e aprendendo com o processo.

O ACOMPANHAMENTO vai enriquecer o repertório de movimento e o entendimento sobre exercícios, modalidades, metodologias e o funcionamento do próprio corpo. Informações fundamentais para ampliar a autoconfiança e a autonomia para treinar. Sobre autonomia do cliente para treinar, alguns professores dizem que assim os alunos podem deixar o personal, não precisam mais de orientação. Para responder essa preocupação, vou citar a experiência do Professor Carlos Barreto, que também participa da bancada do Sociedade Metamorfoses e contou o relato de um cliente que ele já atende por mais de 10 anos: “você sabe que eu já posso fazer isso sozinho!” E porque não cancela o contrato ou troca de professor? Por causa do aumento significativo do valor percebido gerado pela qualidade do relacionamento entre eles, fruto da prática competente e compromissada do círculo do cuidar.

Carlos Amoroso, o terceiro componente da bancada, enfatizou a importância de agirmos como um Pedagogo, aquele que “pega na mão” do aluno para conduzir o processo ensino-aprendizagem da melhor forma possível. Tem noção da importância dessa atitude do professor para facilitar o processo de aderência à pratica regular de atividade física? Cabe ressaltar que esse Profissional de Educação Física supracitado atende um cliente como Personal Trainer há oito anos e essa pessoa possui uma frequência de treino de 7 vezes por semana. Como explicar tamanha fidelidade?

E.M.P.A.T.I.A.

O evento SXSW 2025 nos deixou mais uma reflexão impactante:

A empatia continua sendo a nossa tecnologia mais poderosa”. Bora praticá-la conforme orienta o nosso livro:

Entender necessidades e desejos das pessoas que nos procuram para que se sintam acolhidas e percebam que encontraram um lugar com real compromisso com o bem-estar delas.

Manejar as variáveis do treinamento para garantir o acolhimento. Esses novos entrantes no mundo do fitness não possuem experiência com atividade física. Muitos fugiam até da Educação Física Escolar. Eles precisam muito das nossas progressões pedagógica e fisiológica para que a adaptação aconteça no tempo deles.

Planejar a nova rotina COM as pessoas. Escuta ativa não apenas para necessidades e desejos, mas também para o que eles não gostam de fazer e gostariam de experimentar.

Adaptar o plano sempre que for necessário. Imagina que você preparou um treino “mais emocionante” para o seu cliente em uma determinada noite. Depois de perguntar “como foi o seu dia?”, veio uma resposta cheia de experiências negativas: perdi a hora, cheguei atrasado, fui criticado pelo chefe durante a apresentação de um projeto e tive que correr para buscar o meu filho na escola depois do trabalho. Mas consegui chegar para o treino. Será que você terá que adaptar o seu plano ao novo cenário? Sim ou com certeza?

Tesão em primeiro lugar. Priorizar exercícios que a pessoa mais gosta. Roberto Freire já afirmava na década de 90 “sem tesão não há solução”. O prazer é um forte aliado do processo de aderência. Afirmo, em nosso livro, que a nossa importante missão enquanto profissionais de Educação Física é fazer o cliente querer voltar para o próximo encontro. Seja na escola, na empresa, na academia ou no hospital, gerar prazer em uma prática de atividade física para que a pessoa queira voltar na “próxima aula” é um grande passo rumo à constância.

Incentivar a constância nos treinos: “como você se sentiu hoje?”; “te espero no próximo treino”; “teremos um desafio novo na sexta, não falte”; “você treinou muito bem hoje, vamos manter essa motivação”, são exemplos de reforço positivo que podem estimular a frequência regular nos treinos.

Acompanhar o processo de mudança do estilo de vida. Pegar na mão até que a pessoa perceba o vínculo, adquira a competência e, mesmo conquistando a autonomia, queira continuar treinando com você e/ou no seu negócio fitness.

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