A sala de musculação é um ambiente que atende quase 100% das necessidades fisiológicas ligadas ao treinamento físico, mas nem sempre as de convivência. Digo isso sempre por conta da abrangência em soluções que a modalidade oferece para saúde em geral, alto rendimento e reabilitação.
Essa abrangência acarreta em:
- Todas as idades na sala de musculação, muitas vezes no mesmo horário.
- Pessoas com objetivos diferentes.
- Pessoas com necessidades diferentes e crença em regras com base na crença pessoal.
- Percepção da necessidade do treinamento de força, mas com ressalvas relacionadas ao ambiente da musculação, entre outras.
Esta série de situações e percepções são geradas por conta da dificuldade da gestão em filtrar o público ideal para a sala de musculação. Se ela atende a todos, por qual motivo não podemos direcionar esforços para atrair um público com comportamento em comum, assim como seus objetivos?
Imagine trazer para sua sala de musculação os seguintes públicos:
- Apenas marombeiros (modelo de CT).
- Apenas adultos que buscam saúde e qualidade de vida.
- Apenas pessoas que buscam estética e alto rendimento (nem sempre CT, por conta das diversas modalidades de apoio).
- Apenas idosos que buscam saúde e qualidade de vida para maior e melhor longevidade (dúvidas sobre o crescimento e potencial desse público?).
- Apenas crianças e adolescentes (pode não parecer, mas a ciência aponta cada vez mais os benefícios para este público).
Não tenho dúvidas de que atrair o máximo de pessoas para a sala passa a impressão de que haverá maior retorno, pois o que está sendo analisado é a quantidade de pessoas.
Quando temos um público diverso, heterogêneo, dentro de um ambiente “aparentemente sem regras”, se compararmos com modalidades aquáticas e coletivas, nos deparamos com a maior taxa de rotatividade do mercado fitness, seja ela de clientes ou profissionais. Já reparou nisso?
Soluções adotadas por gestores para reduzir a rotatividade na sala de musculação
Treinamento de profissionais
Capacitar e treinar profissionais é crucial para manter a competitividade do negócio. Isso nunca deveria ser dúvida de gestão. Em contrapartida, ter um bom calendário de capacitações e treinamentos nem sempre é garantia de sucesso, dada a importância do planejamento com base nas necessidades e objetivos da empresa. Ouso dizer que boa parte das academias pecam nesse sentido, pois agrupam a equipe em determinado dia, expõem conteúdos técnicos em uma tela e debatem a temática. O erro está em fazer exatamente o que a maioria faz, sendo que gera custo e nem sempre atende aos propósitos e necessidades da empresa.
Troca de equipamentos
Trocar equipamentos por algo mais moderno acaba sendo estratégia comum também, no entanto, não confunda “atualizar equipamentos” com “equipamentos mais modernos”. A substituição ou acréscimo de equipamentos deve ser sempre com base na estratégia, estudando informações geradas por dados consistentes. Ir com base no que outros gestores fazem nem sempre trará resultados. A musculação é universal, mas a forma que ela é oferecida ao mercado pela sua academia deveria ser única. Caso não consiga ofertar de forma única, que seja da melhor forma no modelo.
Panfletagem digital
As redes sociais viraram verdadeiros canais de panfletagem digital. Enquanto no passado as pessoas buscavam interação, hoje já aceitam e suportam o fato de rolar o feed e sofrer com surgimento de diversos anúncios. O conteúdo está cada vez mais raso, genérico, com uma pegada totalmente comercial e não tão educacional. Isso faz com que boa parte da audiência não se envolva tanto com a marca. O pior de tudo é: os influenciadores digitais estão criando conteúdos com mais qualidade do que as marcas.
Considerações finais
Fazer o que é feito com frequência pela maioria não resolverá os problemas da sua sala de musculação, mas uma visão estratégica de que a musculação é ferramenta de alavancagem de negócios, sim.
A dica principal é: Faça diferente, mas faça com estratégia!
