No dia 06 de setembro de 2025, tive a honra de participar do 20º Congresso Carioca de Educação Física, um encontro que já se consolidou como referência nacional em atualização científica, troca de experiências e valorização profissional. O tema que apresentei, Educação Física Integrativa, é mais do que um conceito: é uma visão de futuro.
Quando falamos em saúde, não podemos mais restringir nosso olhar à ausência de doenças. Saúde é corpo, mente e espírito; é qualidade de vida, prevenção e cuidado contínuo. Nesse sentido, a Educação Física Integrativa surge como um campo que une o movimento à ciência e às práticas complementares, abrindo espaço para uma atuação multiprofissional mais humana, ética e inovadora.
Na palestra, apresentei como práticas como yoga, tai chi, meditação, aromaterapia, auriculoterapia, musicoterapia e terapias manuais podem dialogar com a Educação Física. Essas práticas, reconhecidas pelo SUS como Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS), não substituem os modelos convencionais de cuidado, mas os ampliam, oferecendo novas formas de adesão, bem-estar e resultados de longo prazo.
O movimento, essência da nossa profissão, ganha aqui uma nova dimensão: não apenas como treino, mas como terapia de equilíbrio entre corpo e mente, prevenindo doenças crônicas e promovendo qualidade de vida. Para além disso, a aromaterapia, por exemplo, pode ser aplicada em sessões de alongamento, recovery, yoga e meditação, potencializando estados de relaxamento, foco ou recuperação muscular.
Já a auriculoterapia, reconhecida pelo SUS desde 2017, contribui para manejo da ansiedade, dores e equilíbrio energético, mostrando como a integração multiprofissional fortalece o cuidado.
Naturalmente, ainda enfrentamos desafios: limites legislativos nem sempre claros, preconceito ou desconhecimento, além da necessidade de formação complementar sólida e ética. Mas são justamente esses desafios que nos impulsionam a crescer, estudar e assumir nosso espaço
Por outro lado, as oportunidades são imensas. O mercado de saúde integrativa cresce a cada ano, e os clientes não buscam apenas performance, mas experiências completas de cuidado, adesão e transformação. Isso nos abre portas em academias, clínicas, empresas e até mesmo no SUS, unindo ciência do exercício com práticas integrativas
Mas nenhum congresso desse porte se sustenta apenas pelo conteúdo: é preciso liderança e organização exemplar. E aqui registro minha admiração ao Prof. Leonardo Allevato, que mais uma vez conduziu o congresso com maestria e visão estratégica, reafirmando aquilo que considero uma missão: servir à Educação Física com excelência, ampliando fronteiras e consolidando nossa profissão no cenário da saúde.
Acredito que estamos diante de uma transformação necessária. A Educação Física não é apenas treino, estética ou performance. É, sobretudo, cuidado integral, é ciência aplicada à vida real, é protagonismo no bem-estar da sociedade. E congressos como esse mostram que temos uma categoria pronta para assumir esse desafio.
Confira abaixo minha palestra no 20º Congresso Carioca de Educação Física.