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Exercício como remédio

Colunista: Mauro Guiselini

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Exercício na medicina... nada novo...

Atualmente discute-se muito a relação entre exercício e bem-estar, são muitos estudos e pesquisas mostrando a importância do exercício para o homem moderno, porém, estamos, na realidade, mostrando algo que “já é provado há milênios” e, no entanto, ainda hoje se faz necessário mostrar com evidências científicas tal fato; é muito grande o número de sedentários no Brasil e no mundo, de forma geral.

A relação entre exercício físico e saúde remonta à Antiguidade, quando já se reconhecia a importância da atividade física para a manutenção do bem-estar. Civilizações como a grega e a romana incorporaram o exercício em seus estilos de vida, promovendo-o como um componente vital para a saúde, tanto física quanto mental. Durante a Idade Média, essa conexão foi muitas vezes eclipsada por crenças religiosas que favoreciam a contemplação em detrimento da atividade física. No entanto, a Revolução Industrial trouxe um novo olhar sobre a saúde, com um reconhecimento crescente dos benefícios do exercício, levando a um retorno do foco na atividade física como uma forma de prevenir doenças e melhorar a qualidade de vida.

Sem dúvida, os anos 70`foram decisivos para uma visão prática sobre a importância do exercício. No Brasil, os trabalhos do Dr. Keneth Cooper, o grande divulgador dos benefícios da corrida, teve uma grande receptividade. Sugiram milhares de adeptos da corrida – os praticantes do COOPER (assim designado o treino da corrida).

Desde a Grécia Antiga, o exercício físico foi considerado uma ferramenta essencial na medicina. Hipócrates, conhecido como o pai da medicina, defendia que a saúde se mantinha por meio de dieta e exercício, e Galeno, um proeminente médico romano, enfatizava a relação entre a atividade física e a recuperação de doenças. No século XIX, com o advento de novas descobertas científicas, a medicina começou a integrar as práticas de exercícios em programas de reabilitação e prevenção de doenças. A partir do século XX, especialmente com o surgimento de estudos epidemiológicos, ficou evidente que a inatividade poderia levar a condições crônicas, reforçando a ideia de que o exercício é um remédio eficaz capaz de promover saúde, recuperação e longevidade.

O Profissional de Educação Física: estamos na área da saúde!

Uma grande conquista da Ciência do Movimento, conhecida como Educação Física foi, sem dúvida, a sua integração na Área da Saúde: o Profissional de Educação Física está ao lado dos médicos, nutricionistas, psicólogos e fisioterapeutas que, de certa forma, têm uma grande sinergia com o seu trabalho, contribuem para a promoção da saúde e bem-estar por meio de medicamentos, tratamentos e treinamentos. Um aspecto interessante, neste conceito, é que o Profissional de Educação Física tem, como característica específica, a utilização das diferentes modalidades de exercícios sistematizados, como um dos principais meios para a concretização de objetivos relacionados à promoção da saúde e bem-estar, estética e desempenho de alto rendimento. Está muito comum, atualmente, a discussão sobre o posicionamento do exercício físico como remédio, uma justificativa para que milhares de sedentários encontrem no exercício a “cura de inúmeras doenças, aquelas mais relacionadas com a diminuição das atividades físicas cotidianas, que adotam um estilo de vida inadequado.”

Exercício é Remédio?

Hipócrates e Galeno já estabeleciam uma estreita relação entre exercício, saúde, recuperação de doenças, associadas à alimentação. Vamos entender um conceito interessante: REMÉDIO/MEDICAMENTO!

Remédio, do latim “remedium “, é o que se usa com o propósito de curar. Recursos utilizados com o objetivo de sanar a dor ou aliviá-la, para eliminar desconfortos ou tratar uma doença são classificados como remédio.  No contexto técnico e farmacológico, remédio pode ser definido como: “Qualquer substância ou preparação utilizada para diagnosticar, prevenir, tratar ou aliviar sintomas de doenças ou condições patológicas, podendo atuar de forma química, biológica ou física no organismo.” Vale destacar que, na terminologia oficial, o termo mais preciso é medicamento, que se refere a um produto farmacêutico com composição e dosagem específicas, aprovado por órgãos reguladores para uso terapêutico.

De acordo com a definição de remédio/medicamento “é o que se usa para curar” – o exercício físico vai muito mais além do aspecto curativo, ele tem também objetivos relacionados à prevenção de doenças, manutenção da capacidade funcional relacionada à promoção da saúde e bem-estar, estética, desempenho esportivo de lazer e alta performance. Podemos então, caracterizar 4 grandes áreas de atuação da prática regular do exercício físico, em uma abordagem específica do profissional de Educação Física, que prescreve treinamento, utilizando como principal meio o exercício físico (figura 1).

Figura 1. As quatro principais áreas de atuação do PEF (GUISELINI, 2025)

Uma questão muito interessante com relação à prescrição de treinamento por parte do Profissional de Educação Física diz respeito à Reabilitação. A competência de reabilitar alguém que para a sua cura depende da prática de algum tipo de exercício é de responsabilidade de qual Profissional? Da Educação Física ou da Fisioterapia? Esta é uma questão muito polêmica, de posicionamento e de atuação profissional. No modelo acima, não incluímos como a área de atuação do Profissional de Educação Física a Reabilitação. Entendemos que ele participa de uma equipe multidisciplinar para tratar de pessoas que necessitam de programas de reabilitação. Enfim, este é um tema de muita discussão, o qual não cabe neste artigo.

Pessoas saudáveis precisam de remédio: TOMAR algum tipo de medicamento?

Esta é uma questão muito interessante, pois a ingestão de determinadas substâncias suplementares, utilizadas nos programas de treinamento, ao que tudo indica, não são medicamentos, muito embora existam algumas que são usadas, motivo de muita polêmica. Então, uma pessoa saudável não precisa tomar medicamentos de qualquer natureza, a sua saúde está equilibrada… Opa! Então, se “exercício é remédio, é um tipo de medicamento, os saudáveis não precisam “tomar” (praticar)!”

Se exercício é medicamento/remédio, deve ser prescrito somente para quem está doente? Só toma remédio quem está doente!

É claro que estou fazendo um “jogo de palavras”, mas vamos analisar, de forma lúdica, é claro, a seguinte situação: as pessoas, geralmente não gostam de tomar medicamentos (salvo os hipocondríacos), principalmente aqueles que causam desconforto, dores, que têm efeitos colaterais, então, pela lógica, se exercício é remédio, a maioria das pessoas não gostam, não é prazeroso.

O desafio de recomendar e prescrever o exercício adequado

Os especialistas, os “apologistas do exercício como remédio / medicamento”, fazem um alerta muito interessante: “na prescrição de todo remédio/medicamento tem que se ajustar a dose para ter a resposta adequada (está detalhado nas bulas)”, uma dose mal prescrita pode causar danos, até irreversíveis, ou mesmo não produzir os efeitos desejados; a resposta depende, portanto, da dose.

Um aspecto interessante, com relação à prescrição dos exercícios, além do profissional de Educação Física ajustar a dose do exercício – de acordo com as metas/objetivos do aluno cliente, necessidades específicas, nível de capacidade funcional (identificada na avaliação), incluir todas a informações para elaborar a periodização (planejamento), tem que identificar aquelas modalidades de exercícios que consigam ter sucesso nesse processo. Fica a pergunta:

Qual o melhor exercício? Por analogia, qual o melhor medicamento recomendado para determinada doença?

O melhor exercício é aquele que o aluno/cliente gosta, sente prazer em realizá-lo, que, por sua vez, consiga concretizar as metas/objetivos desejados. É, sem dúvida, um grande desafio, pois nem sempre o exercício que gosta é o que precisa e, por outo lado, nem sempre o que precisa é o que gosta! Difícil, não?

No caso específico do remédio/medicamento, o paciente goste ou não, se ele causa desconforto (vide quimioterapia), dor, náuseas, tem que ser administrado pois os efeitos são comprovados.

Dica pedagógica

No momento da Anamnese, inclua as seguintes perguntas:

  1. Quais exercícios você não gosta? Por quê?
  2. Quais exercícios você gosta? Por quê?

Seguramente você encontrará respostas que poderão ajudar a prescrever um programa de treinamento com maiores chances de sucesso. Lembre-se de que “exercício não é um medicamento que você tem que tomar a qualquer custo, não importa a sensação que ele causa “. Existem muitas modalidades de exercícios que, seguramente irão propiciar a concretização das metas/objetivos e necessidades do seu aluno/cliente.

Nunca se esqueça

A academia é um espaço para cuidar dos alunos/clientes, de diferentes idades, com foco  na  promoção da Saúde & Bem-Estar, Estética e Desempenho  com foco no Lazer ou  alta Performance, onde se utiliza o exercício como principal meio na Prescrição de Treinamento.

O ser humano é movido ao PRAZER…FOGE DA DOR!

Acima de tudo, tente tornar o seu Programa de Treinamento PRAZEROSO.

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