Quando olho para minha trajetória, fica nítido para mim, o quanto faz diferença enxergar o ser humano de forma completa — e é sobre isso que quero conversar com você, leitor, nesta coluna. Quem já passou por problemas de saúde ou buscou se sentir melhor sabe como é fácil perder de vista o todo e focar só nas partes. Mas, sinceramente, isso te leva para algum lugar?
Desde que comecei a atuar na clínica, há quase dois anos, fui atrás de aprender coisas novas para oferecer um atendimento realmente diferente. Foi aí que topei com as terapias integrativas — como auriculoterapia, aromaterapia e outros recursos menos convencionais. Esse tipo de abordagem abre várias portas: o cuidado não fica preso só ao físico, mas passa a envolver emoções, mente, relações… Cada vez mais, percebo que, junto com meu sócio (que é fisioterapeuta), fomos além dos limites da nossa formação.
Esses estudos só me fizeram enxergar que ser bom em anatomia, fisiologia ou treino não basta. O mundo está cada vez mais complexo e o profissional de saúde precisa entender de gente — não de manual. Tanto que entrei em uma pós-graduação em Nutrição Comportamental só para ficar mais preparado. Sabe o que aconteceu? Só confirmei a ideia de que o segredo é juntar várias áreas, entender o paciente de verdade, e, quando não der conta sozinho, indicar quem pode ajudar.
Infelizmente, tem muita gente aí tratando o ser humano como máquina: olha só para o sintoma, passa uma receita pronta e pronto, “problema resolvido”. Só que a vida real é mais profunda: tem emoções, histórias, hábitos e contextos únicos. Quando limito o olhar, afasto o paciente do resultado, porque perco o principal — a pessoa.
No dia a dia dos atendimentos, vi que a consulta virou quase um bate-papo de autoconhecimento. Às vezes, só de conversar, explico ao paciente o que está rolando com ele na mente, no corpo, na família, no trabalho… E, de repente, ele entende o que nunca tinha parado para pensar antes.
No final das contas, aprender sempre foi, para mim, uma forma de cuidar melhor. Olhar o ser humano por inteiro é o que faz sentido — e o que realmente transforma vidas!



