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Inteligência Artificial, Educação Física e Esportes – Parte 2

Colunista: Tufic Derzi

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Nesta coluna, continuo com a abordagem elaborada pelo professor Armando Ribeiro e postada na edição 150:

Impactos na Educação Física Escolar e na Prática Docente

No contexto escolar, a IA também vem promovendo mudanças significativas na forma como os professores de Educação Física planejam, executam e avaliam suas aulas. Plataformas de análise motora baseadas em vídeo, jogos educativos com sensores de movimento e aplicativos de acompanhamento do desenvolvimento motor são exemplos já em uso em países como Finlândia, Canadá e Japão — e que começam a se expandir no Brasil.

Essas ferramentas podem ajudar o professor a detectar padrões, identificar precocemente dificuldades motoras ou cognitivas e adaptar atividades com base em dados reais e não apenas na observação empírica. A IA permite, ainda, que o educador automatize parte da gestão pedagógica: elaboração de planos de aula individualizados, avaliação contínua com base em desempenho e até feedback automatizado para pais e alunos.

Contudo, esses avanços trazem desafios profundos. A formação inicial dos professores muitas vezes não contempla competências digitais suficientes para o uso pleno dessas tecnologias. Além disso, o risco de substituição simbólica do educador pela máquina preocupa: em escolas altamente tecnológicas, pode haver pressão para reduzir o papel do professor a mero executor de conteúdos previamente programados.

Outro ponto crítico é a possível desumanização da prática pedagógica. A Educação Física, enquanto componente essencial da formação integral, lida com emoções, vínculos, corporeidade e construção de valores. A IA pode oferecer dados, mas não substitui o olhar atento, o afeto, o manejo de conflitos e a escuta ativa — elementos insubstituíveis na relação educativa.

Em síntese, a IA não representa um fim, mas um novo começo para a Educação Física e os Esportes. Profissionais atentos, criativos e comprometidos com a formação contínua terão nas mãos ferramentas poderosas para potencializar sua atuação. Mas a ilusão de que a tecnologia substituirá completamente o elemento humano é, além de equivocada, perigosa. Como o próprio ChatGPT é programado para reconhecer: somos ferramentas — e não fins em si mesmas.

Cabe aos educadores, empreendedores e gestores esportivos liderarem esse processo, garantindo que a IA seja usada a favor do humano, e não contra ele. Isso exige diálogo entre saberes, ética no desenvolvimento de soluções, educação digital desde a formação universitária e políticas públicas que democratizem o acesso às tecnologias emergentes.

Em última análise, não é a IA que ameaça a Educação Física e os Esportes — é a falta de preparo para usá-la criticamente. A chave do futuro está em formar profissionais híbridos, humanos que saibam usar máquinas com inteligência e empatia. Só assim, a promessa de uma nova etapa do conhecimento poderá ser cumprida de maneira justa, inclusiva e realmente transformadora.

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