Nesta coluna, tenho a parceria do professor Armando Ribeiro, uma das três pessoas mais cultas que conheço. É formado em Filosofia e Teologia e Pós-graduado em Administração, Marketing, Teologia, Cultura e Política.
A emergência da Inteligência Artificial (IA) como força transformadora em múltiplos campos do conhecimento tem gerado impactos substanciais também no universo da Educação Física e dos Esportes. De ferramentas de análise de desempenho até plataformas de prescrição automatizada de treinos, a IA está redefinindo práticas, carreiras e modelos de negócios, colocando educadores físicos, atletas e gestores diante de uma encruzilhada: adaptar-se ou tornar-se obsoleto.
Ferramentas como ChatGPT, da OpenAI, Gemini, da Google DeepMind, Claude, da Anthropic, e Copilot, da Microsoft, têm sido aplicadas em soluções cada vez mais sofisticadas de automação de atendimento, planejamento de aulas, desenvolvimento de conteúdos personalizados e até na interpretação biomecânica de movimentos.
Essas inteligências artificiais já são capazes de integrar dados de sensores corporais, relógios inteligentes e aplicativos de saúde para recomendar programas de treino personalizados, com ajustes em tempo real, baseados em desempenho, fadiga, sono e até variações emocionais dos usuários.
No campo dos esportes de alto rendimento, a IA está revolucionando a análise tática e estratégica. Times de futebol, basquete e até de esportes olímpicos já utilizam sistemas baseados em IA para prever comportamentos de adversários, evitar lesões por sobrecarga e maximizar a performance com base em big data. Empresas como Catapult Sports, STATS Perform e IBM Watson Sports estão na vanguarda dessa transformação, criando produtos que oferecem uma visão quase cirúrgica do corpo e do jogo.
Oportunidades profissionais e de negócios emergem em diversas direções!
Primeiramente, profissionais de Educação Física que souberem dialogar com essa tecnologia poderão desenvolver serviços híbridos, em que a IA realiza o trabalho repetitivo (como mensuração de progresso, envio de lembretes, análise de dados), enquanto o profissional humano foca na escuta empática, na motivação e na adaptação contextual do aluno ou atleta. Academias inteligentes, plataformas de coaching digital, startups de fitness preditivo e aplicativos de reabilitação física são exemplos de novos nichos que estão se expandindo com rapidez.
Além disso, há espaço para empreendedores da área do esporte investirem em produtos baseados em IA: desde vestíveis (wearables)[1] com análises em tempo real até serviços personalizados de orientação física remota. O crescimento do mercado de fitness digital, impulsionado pela pandemia, consolidou essa tendência, abrindo espaço para soluções como personal trainers virtuais, experiências gamificadas de treino e programas adaptativos para idosos, crianças ou pessoas com deficiência.
[1] dispositivos eletrônicos vestíveis, ou seja, que podem ser usados no corpo como acessórios, roupas ou equipamentos. Eles têm sensores e conectividade para monitorar dados em tempo real, geralmente relacionados à saúde, atividade física ou comunicação.