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As novas relações profissionais no pós-pandemia

Colunista: Fernando "Fofão" Vieira

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A retomada já começou! As academias em quase todo Brasil já reabriram. Algumas ainda com restrições mais severas, outras já praticamente funcionando no tal “novo normal”. As aulas coletivas estão se adequando aos tantos protocolos de segurança impostos, mas que com o tempo irão cair numa rotina “normal” e quem sabe, mais breve do que muitos pensam, poderemos voltar bem próximos ao que era antes. Os próprios alunos pedirão por isso. Assim como banhistas nas praias, torcedores no futebol, galera animada em baladas e shows de rock, fiéis nas igrejas, entre outras manifestações coletivas. Ninguém pretende viver no isolamento e no desconforto de tantas regras por muito tempo. Algumas manifestações populares nesse sentido já estão começando a acontecer. Vide situação de banhistas em cidades com praias. E nem chegamos no verão ainda! Inevitável, é do ser humano se agrupar e se divertir.

Uma mudança que realmente precisará ser muito bem revista e com certeza modificada serão as relações trabalhistas entre academias e profissionais. Essa questão movimentou muitos escritórios de advocacia especializados. Foi uma correria para entender o que seria melhor fazer nessa quarentena, que está durando muito mais do que 40 dias, onde os prazos previstos foram estourados. O que fazer? Fechar a academia e demitir todo mundo? Demitir alguns e manter outros? Como praticar o chamado lay off? Muitas academias fecharam para valer sem volta. Outras fecharam e voltarão, mas com certeza revisando seus contratos de trabalho. Quem não tinha uma gestão bem controlada foram os que mais sofreram. Quem sobreviveu agora vai precisar, na marra, se ajustar para administrar muito bem. Muitas contas precisarão ser feitas, refeitas, talvez obras, aberturas de janelas, ampliação de salas, acessórios e equipamentos de segurança etc.

Uma área que precisará ter uma atenção especial será a contratação ou recontratação de um time de profissionais. As relações trabalhistas já estão sendo revistas e impõe-se a necessidade de novos modelos. Farei aqui um exercício de propostas que poderão ser vantajosas para ambas as partes.

Neste momento do “novo normal”, as regras do jogo para aulas coletivas estão sendo assim: capacidade da sala diminuída em torno de 50%, marcações de distanciamento no chão, que para algumas aulas coletivas movimentadas não adiantarão muito, uso de máscaras obrigatórias em alguns locais, outros não, o máximo de ventilação natural possível, uso de álcool gel, limpeza constante do ambiente com períodos de intervalos suficientes entre uma aula e outra.

Como ficarão as grades de horários das diversas aulas coletivas que existiam na academia antes da pandemia? Clientes pagaram por elas também, ou não? Vão querer tê-las de volta. Só a metade poderá fazer aquele determinado horário? E a outra metade? Outros clientes novos procurarão aulas coletivas nas academias em breve. Haverá espaço e horários para eles? Ouvi muito dizerem que as academias deveriam diminuir a oferta de horas de aulas. Diminuir? Penso que deverão aumentar, mas de forma diferente, para poder atender mais pessoas ao longo do dia, tendo que colocar apenas 50% da capacidade da sala por aula.

Uma nova composição da grade de horários, da oferta de modalidades que consiga atender a maioria e na composição do time de profissionais fará toda diferença.

Um novo olhar sobre a equipe

Minha primeira sugestão é se pensar em ter um TIME FIXO, quase exclusivo, de profissionais para cada academia. Um time para chamar de seu. TIME DA ACADEMIA TAL! Sair dos valores de hora-aula normais e ter um salário fixo com uma carga horária suficiente ALL INCLUSIVE (tudo incluído no salário) aulas coletivas variadas presenciais, algumas on-line transmitidas ou gravadas na própria academia, ter um plus de horas para atendimentos na musculação, horas mensais de reuniões previstas incluídas para aprimoramento da parte técnica ou assuntos gerais, além de um pacote estipulado livre de horas de taxas de personal. Assim forma-se um TIME de profissionais que poderá ficar o maior tempo possível dentro de uma só academia, sem as famosas correrias de um lado para outro, indo e voltando em horários diferentes no mesmo dia ou vestindo diversas camisas de outras academias com padrões e regras muito variadas, sem uma identificação, sem comprometimento e sem uma ótima sensação de pertencimento.

Para formar esse time, será necessário haver um criterioso processo seletivo englobando muitas áreas: técnica, cognitiva, comportamental, atitude, análises psicológicas e constantes revisões e feedbacks. Um time de profissionais mais polivalentes será fundamental. Por quê? Com poucos contratados se preenche uma boa grade de horários e modalidades diferentes com mais economia. Profissionais que deem conta de ministrar pelo menos 3 modalidades de aulas coletivas.  E não será tão fácil assim conseguir esse “Dream Team”, muitos excelentes profissionais já perceberam que poderão ministrar suas aulas, tendo suas turmas on line, sem precisar das academias, ganhando mais e otimizando seu tempo. Ou seja, alguns profissionais poderão ser concorrentes de suas próprias ex-academias. Então, ter uma relação e um contrato realmente atrativo para ambas as partes, no famoso GANHA-GANHA, mais do que nunca, se fará necessário. Tendo um TIME UNIDO E ENGAJADO, coeso e comprometido, tudo ficará mais fácil.

O próximo passo é a organização da grade de horários.

Nova grade de horários para aulas coletivas

Imaginem uma academia com um público de 20 a 24 pessoas lotando a sala todos os dias no horário das 7:00 da manhã com uma hora de duração. Neste momento de regras só poderá fazer a aula metade dos alunos (10 a 12 pessoas). Ainda nesse exemplo, havia uma aula de alongamento às 8:00 com um público dedicado também de 18 pessoas. Lembrem: no máximo poderão fazer 12 alunos pela capacidade da sala. Onde colocaremos as pessoas que sobraram e não conseguiram entrar na sala? Elas voltam para casa?

Agora é a hora de se diminuir definitivamente as durações das aulas. E existem 2 números mágicos que poucos utilizam: Pensem em 20 minutos – uma pocket class (mini aula) e 40 minutos uma aula clássica. ACREDITEM: Dá tempo para o que se propõe cada aula dessas! E esses números são facilmente combinados montando uma grade diversificada. Ofereçam COMBOS de aulas, como as ofertas das grandes lojas de sanduíches que raramente vendem os produtos isoladamente.

Exemplos de COMBOS de aulas numa grade diversificada:

  1. 1 aula de 40 minutos de ginástica localizada e 20 minutos de alongamento = 60 minutos. Esse ciclo pode-se repetir na hora seguinte.
  2. 2 aulas de 40 minutos de ginástica localizada + 1 aula de 40 minutos de alongamento = 3 aulas em 2 horas.
  3. 3 aulas pockets de 20 minutos de ginástica localizada. Podendo separar por grupamentos: membros superiores 20’ + Membros inferiores 20’ + Abdominais e alongamentos 20’ = Tudo isso em 60 minutos, podendo haver rodízio de alunos entre essas mini aulas. Esse ciclo pode-se repetir na hora seguinte.
  4. 3 Aulas clássicas diferentes de 40 minutos em cada 2 horas: Jump 40’ + Local 40’ + alongamentos 40’ ou Dança 40’ + Step 40’ + local 40’, entre outras variações.

Assim, existirá uma otimização de tempo, mais oportunidades e variedades para todos os alunos fazerem suas aulas e muito menos espera entre uma sessão e outra. Juntando esses “números mágicos” dos 40 e 20 minutos conseguimos combinações excelentes. Podendo até reservar sempre uns 20 minutos para higienização das salas entre um COMBO e outro. Mas para isso acontecer de forma mais fluente o ideal é se ter profissionais de coletivas polivalentes.

Um outro tipo de relação academia e profissionais é a parceria/sociedade. Uma relação baseada em percentuais. Incluindo aulas presenciais e on-line de um combo de modalidades, com turmas fechadas por horários e vendidas separadamente ou em pacotes. Darei mais detalhes nas próximas edições da revista.

Ainda na próxima edição vamos aprofundar um assunto também já tratado aqui nessa coluna. As academias poderem ter tickets com valores diferentes por setores e horários de aulas. Podendo ser um valor específico só para musculação (manhã ou tarde ou noite), um valor de mensalidade apenas para aulas coletivas, apenas hidroginástica se houver, só matpilates, yoga e aulas zen, entre outros segmentos. Assim haverá mais controle do número de pessoas por hora, turmas fechadas, mais procura e percepção de economia pelo cliente que não vai mais querer ficar por muito tempo dentro da academia por medo e insegurança. Essas combinações de valores poderão ser até mais lucrativas, assim como mais acessíveis para muitos alunos. Sabemos que o fator escassez é um gatilho muito bom para a compra. Ter que ficar numa fila de espera para um determinado horário e se sair da turma terá que aguardar na fila de espera para voltar, trará uma maior adesão e fidelidade. O Ticket Premium com valor único para se fazer tudo poderá ainda existir, mas para uma categoria diferenciada de clientes com outras vantagens e bônus especiais. Vou ampliar esses e outros assuntos na próxima edição.

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