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O ponto de mutação

Colunista: Celso Cunha

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Sabe quando você perde o sono, pois já não consegue cumprir com seus compromissos financeiros? E que por mais que se empenhe o caixa de sua empresa está sempre negativo? Juros, multas e protestos… sem crédito fica bem mais difícil. Há algo de errado no reino da Dinamarca!

A empresa que um dia foi tão rentável agora se arrasta. O que será que aconteceu?

Resposta: o mercado fitness vem sofrendo mutações ao longo dos anos e por estarmos tão envolvidos com o dia a dia do operacional das academias muitas vezes deixamos de analisar o macro, o segmento em si.

O público consumidor aumentou até a chegada da “crise” que quase por consenso iniciou-se em meados de 2014. Embora antes disso já tivesse surgido no mercado o conceito low cost/low price com uma grande rede replicando unidades, com aporte de fundos estrangeiros, e a chegada de outras menores, os parâmetros de preços no setor foram redefinidos para bem abaixo do que se vinha praticando.

Tivemos que concorrer com projetos políticos nas praças e vilas olímpicas que elevaram a remuneração dos profissionais e, por tabela, nossos custos. Por outro lado, o fechamento de algumas faculdades e universidades diminuiu a oferta de mão de obra especializada. E como se isso não bastasse, surgiu um novo perfil de profissional, o personal trainer. Isso mesmo: ao se graduarem se tornam autônomos, não almejam a C.L.T. e os mais requisitados arrastam turmas consigo.

Os custos com energia elétrica, equipamentos e acessórios, contas de água e esgoto, impostos e taxas, materiais de limpeza, escritório e manutenção tiveram seus valores corrigidos pelo menos pela inflação em torno de 25% nos últimos cinco anos. E a correção dos aluguéis pelos índices IPCA/IGPM ultrapassou os 30%.

Traduzindo: a concorrência se multiplicou, a mão de obra diminuiu e os custos se elevaram. A operação se mostrou menos rentável e a capacidade de pagamento das empresas se reduziu levando parte desses empreendedores a decidir por encerrarem seus negócios.

Seus custos pessoais se elevaram, vieram os filhos, em alguns casos netos, despesas com os pais já idosos… A receita diminuiu e a despesa aumentou. Quando as coisas iam bem, ao invés de elevar os gastos o certo seria elevar as reservas, investir em um plano B, diversificar e buscar a independência financeira cujo conceito é não depender da receita líquida de sua principal fonte de renda devido aos rendimentos de seus investimentos serem superiores as suas despesas.

Entendeu agora a importância de manter sobre sua mesa os números de sua empresa?

Não espere mais! Calcule o custo fixo de sua empresa e a receita estimada, confronte os dois e tome suas decisões de acordo com o resultado apurado, faça disso seu mantra. Tenha em mãos suas despesas pessoais e familiares e esteja atento a uma segunda fonte de receita. Não desperdice tempo, pois tempo, quando investido da forma correta, resulta em receita, já que tempo é dinheiro. Manter os custos sob controle, gastar menos do que se ganha e em momentos de crise fazer do necessário o suficiente. Isso vale para todo mundo, independentemente de quem seja.

Em relação ao segmento fitness, como tudo na vida é um ciclo, esse também passará. O menor poderá se tornar grande. O grande poderá se curvar. Os pequenos trabalham sob o benefício da dúvida e podem reduzir suas estruturas ao mínimo necessário assumindo várias funções. Já para as grandes redes, isso é quase impossível devido ao alto custo da mudança de direção e aos elevados valores envolvidos na operação. Se demitir um já é caro o bastante, imagine demitir uma multidão. A maior rede do Brasil apresentou um prejuízo de R$ 498.000.000,00 nos últimos cinco anos; ou seja, NÃO ESTÁ FÁCIL PARA NINGUÉM!

Vamos em frente, planeje-se! Um dia de cada vez.

Bons negócios e boa sorte!

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